segunda-feira, 23 de abril de 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

MUSICOTERAPIA

 
 
Cientificamente a música foi comprovada como fonte de cura e energização onde é reconhecida como “musicoterapia” em vários pontos do mundo.
 
Conta-se que Hipócrates¹, o “pai da medicina”, levava seus casos de enfermidade ao Templo de Esculápio para ouvir a música comovedora e revigorante. Os sacerdotes do templo e os médicos de Roma fizeram uso da musicoterapia até a completa cristianização do império. Os árabes do século XIII tinham salas de música nos hospitais, onde praticavam o que denominavam “medicina musical”, usando composições específicas para cada tipo de doença: mental, moral e física.
 
No livro O Poder Oculto da Música, da Editora Cultrix, o autor David Tame relata no capítulo “Musicoterapia, o remédio universal”, a utilização das técnicas de “nível aumentativo”, “nível intensivo”, “nível auxiliar”, entre outras, que ainda são pesquisadas até hoje pelos inúmeros estudiosos desta, como veículo de suma importância, para o restabelecimento espiritual.
 
Em uma entrevista com a estudiosa da nova ciência de Musicoterapia, Margarete Áquila, a música é abordada de uma forma profunda, onde a cura pela melodia vê o ser humano como um todo: corpo, mente, emoção, espírito.
 
 
 
RBN: O que é musicoterapia?
 
Margarete Áquila: Musicoterapia é a utilização da música e de seus elementos constituintes, ritmo, melodia e harmonia por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes,  atendendo as necessidades, físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia busca desenvolver potenciais e restaurar funções do indivíduo para que ele, pelo autoconhecimento, alcance uma melhor qualidade de vida, por intermédio de prevenção, reabilitação ou tratamento.
A ideia de que a música afeta a saúde e o bem estar das pessoas já era conhecida por Aristóteles e Platão. Somente na segunda metade do século XX, porém, os médicos conseguiram estabelecer uma relação entre a música e a recuperação de seus pacientes.
A musicoterapia atua não só no tratamento, mas na prevenção de doenças.
 
Qual a diferença entre ouvir música para relaxar e fazer musicoterapia?
 
Música para relaxar é ouvir músicas gostosas aos nossos ouvidos que ajudam a diminuir nossos ritmos alucinados com o estresse mental e físico do dia-a-dia. Diminui os ritmos cardíacos, mental, nervoso, respiratório e pressão arterial. Faz nossas emoções ficarem serenas e sob controle.
 
Já a musicoterapia são sessões com especialistas na área de saúde física e psíquica ou educadores, onde trabalham intensamente os conteúdos e dificuldades físicas, emocionais e mentais com um objetivo específico, resolvendo um problema sério e pré-definido.
 
Como funcionam as sessões de musicoterapia individuais? E em grupo?
 
Pode ser em grupo ou individuais para pessoas de todas as idades.
As sessões podem ser tocadas pelo musicoterapeuta ou pelo próprio paciente e não tem um cunho musical técnico. Ou seja, você não precisa entender de música.
Nessa sessão cria-se um diálogo entre a pessoa e o mundo por meio da música, de sons do próprio corpo ou de instrumentos.
 
Onde é utilizada a musicoterapia?
 
Na área educacional:
Educação especial – portadores de dificuldades de aprendizagem, distúrios da fala e necessidades especiais;
Na saúde mental – neuroses, psicoses, autismo, esquizofrenia, dependência química;
Na área empresarial – recursos humanos
Área hospitalar – patologias agudas e crônicas em estado avançado, pré e pós-cirurgia;
Na área social – com menores de risco, molestações sexuais em crianças, detentos, idosos, gestantes.
 
Quem deve procurar a musicoterapia?
 
A musicoterapia é utilizada como tratamento complementar à saúde física e emocional e tem-se obtido muito sucesso no tratamento de pessoas com deficiências físicas (auditivas, por exemplo), área motora (acidentes vasculares, traumatismo craniano), síndromes genéticas (como a de Down), neurológicos (dislexia, disfonia), doenças mentais, (autismo, esquizofrenia, depressão) e sessões de quimioterapia. Também é utilizada quando há problemas de relacionamentos, timidez, agressividade e hiperatividade.
 
Quais são as influências dos instrumentos musicais e seus efeitos na cura?
 
Piano - combate a depressão e a melancolia;
Violino - combate a sensação de insegurança;
Flauta - combate nervosismo e ansiedade;
Violoncelo - incentiva a introspecção e a sobriedade;
De sopro - inspiram coragem e impulsividade.
 
A musicoterapeuta ressaltou ainda  que os efeitos da música provocam reações: " o organismo que responde aos estímulos sonoros, utilizada para fins terapêuticos na modificação dos estados de ânimo", finaliza.
 
 
 
 
Margarete Áquila - musicista, compositora e cantora, professora de Canto Coral, musicoterapeuta, formada em música pela Escola Fundação das Artes e em Psicanálise pelo Instituto de Trilogia Analítica do Dr. Norberto Keppe.
 
 
 
 
 1.Hipócrates – Foi um médico da antiga Grécia considerado por muitos como uma das figuras mais importantes da história da saúde.

Percussão com Latinha

terça-feira, 10 de abril de 2012

Musibraile


                                                  Musibraille --



O projeto Musibraille destina-se a criar condições favoráveis à aprendizagem musical das pessoas com deficiência visual que sejam equivalentes às dos colegas de visão normal.




O projeto Musibraille destina-se a criar condições favoráveis à aprendizagem musical das pessoas com deficiência visual que sejam equivalentes às dos colegas de visão normal. A técnica de Musicografia Braille é uma das principais ferramentas que permitem essa equivalência. Ela foi desenvolvida em 1828 por Louis Braille, que adaptou a técnica para transcrição de textos anteriormente desenvolvida para a transcrição musical. Através desta técnica um texto musical de qualquer complexidade pode ser transcrito para a forma tátil e facilmente assimilado pelos deficientes visuais.
Apesar desta vantagem, existe um grande problema para os deficientes visuais: a escassa quantidade de obras transcritas para esta técnica. Existem alguns poucos programas disponíveis no mercado para transcrição musical. Esses programas permitem de forma bastante limitada que uma pessoa cega (ou não) introduza o texto musical através de um teclado alfanumérico ou de uma interface digital para um instrumento musical (MIDI). O texto digitado pode ser escutado musicalmente e a transcrição se dá de forma automática. Alguns desses programas conseguem ler uma partitura e fazer uma pré-transcrição, através de uma técnica chamada OCR (Optical Character Recognition), economizando tempo no processo de entrada de dados musicais.
Para contexto brasileiro, entretanto, estes programas estão fora da realidade, pois além de caros são incompletos. Mais importante: não existe conhecimento disseminado nem para sua utilização direta nem para o ensino qualificado.
A situação hoje é que, como os professores de música não têm conhecimento da musicografia Braille, acabam por recusar-se a lecionar para estudantes cegos por julgarem impossível passar para eles o conteúdo das partituras com efetividade. Desta forma, torna-se muito difícil a inclusão de músicos cegos nas escolas de música regular.  

Mais informações:  
http://intervox.nce.ufrj.br/musibraille/

Música para cegos